Em entrevista ao Blog do Celson Bianchi, a vice-presidente da Câmara Legislativa, deputada distrital Liliane Roriz falou sobre o legado deixado pelo ex-governador Joaquim Roriz, a movimentação política no DF e as relações com o Palácio do Buriti. Temas das “três perguntas do dia.
CB- Qual a diferença entre a política de Joaquim Roriz e a política de Liliane?
Liliane Roriz: Veja bem, sou filha de Joaquim Roriz, o maior político que o Distrito Federal já teve. Tanto é verdade que as pesquisas vêm comprovando isso. É claro que convivi com o político Roriz e aprendi bastante com ele, principalmente no que diz respeito a governar pelo bem dos menos necessitados e a lutar pela preservação de Brasília, que é tombada como Patrimônio da Humanidade, por exemplo. Minha maior bandeira sempre foram os projetos sociais. Afinal, de nada adianta estar na política se eu não puder ajudar a população do DF a ter uma cidade melhor. Sendo assim, tenho leis importantes que foram aprovadas como a que garante desconto de 5% para quem pagar IPTU à vista, isenção de IPTU para aposentados de baixa renda, a lei que obriga o GDF a divulgar os dados da saúde pública para toda a população, entre outros tantos. Neste novo mandato, tenho trabalhado muito pela redução da carga tributária para o cidadão e para o setor produtivo, com objetivo de estimular a economia, pelos direitos das pessoas com deficiência e, sem esquecer, dos projetos sociais, como o Bolsa-Táxi para gestantes de baixa renda, o primeiro emprego em empresas que tenham benefícios fiscais do governo, só como exemplo. Uma das minhas atuais lutas é contra a ideia do governador Rollemberg de vender cotas das empresas do governo, como CEB, Caesb e BRB. Isso é inadmissível e vou brigar até o fim para que isso não aconteça. Se a desculpa é que falta dinheiro nos cofres do governo, ele deveria ver o que disse a última pesquisa divulgada no DF sobre “quem foi o melhor governador da cidade”, e aprender com Roriz como se faz quando isso acontece. Naquele tempo, meu pai conseguiu tirar o BRB, a CEB e a Caesb do buraco, com ajuda do povo e dos servidores dessas estatais. É assim que se faz, com trabalho e dedicação, não vendendo tudo o que o governo tem.
Faltam novas lideranças políticas no DF?
Faltam, principalmente, políticos que amem a cidade e que não vejam um cargo político como uma profissão, mas como uma missão. O Distrito Federal tem sofrido muito nos últimos anos com gestões desastrosas que só prejudicaram a cidade e a população. Pouco foi feito para melhorar o transporte público, a saúde, a segurança, a educação. O metrô, que é uma das melhores alternativas para a mobilidade urbana de uma grande cidade, foi abandonado pelos últimos governantes. O último hospital feito na nossa capital foi o de Santa Maria, em 2007. Há quanto tempo não vemos notícias de que novas escolas foram construídas e entregues para a população e que as nossas polícias estão sendo equipadas e com aumento de efetivo? Liderança política não nasce de um projeto pessoal. Ninguém vira um líder simplesmente porque quem confere poder a um líder é o povo, embora possa parecer clichê. Mas é a mais pura verdade. Sinto que a população do Distrito Federal está sim à procura de um novo líder político para a cidade. O que vai garantir que novas lideranças surjam é o trabalho que as pessoas que ocupam cargos públicos realizem.
Liliane Roriz continua na base do governo?
Celson… Eu luto pelo bem de Brasília. Estou na base do governo enquanto eu acreditar que o governador Rodrigo Rollemberg trabalhar para melhorar a nossa cidade. Não tenho vínculos partidários, políticos ou ideológicos com essa gestão e também não fiz campanha, portanto meu apoio é por acreditar no governador pelos compromissos com a nossa cidade. Quando os projetos dele forem outros e puderem prejudicar o Distrito Federal, não vou nem pensar duas vezes e deixar a base. Tenho feito críticas ao governo quando entendo que algumas ideias são absurdas, como a que coloca à venda ações das nossas estatais. Acredito que os maiores erros dessa gestão são justamente naquelas decisões que não são tomadas depois de ouvir a população e aliados. Enquanto o governo agir assim, outros erros virão.
Fonte: Blog do Celson Bianchi