O corredor será uma das obras do Programa de Aceleração o Crescimento (PAC), que também vai financiar a modernização e a ampliação do Metrô do Distrito Federal. A obra consiste na reestruturação de um trecho concedido à Ferrovia Centro Atlântica (FCA), interligando a Rodoferroviária de Brasília e Luziânia
Foto: Luiz Fernando.
A ampliação da rede de transporte por trilhos do Distrito Federal (DF) pode ganhar um novo capítulo com a interligação entre Brasília e Luziânia, cidade de Luziânia que compõe a região do “Entorno” da capital federal. O primeiro passo foi dado ontem pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que iniciou a fase de chamamento de empresas interessadas no projeto.
Essas empresas devem se manifestar sobre o interesse de realizar os estudos de viabilidade da exploração de serviço ferroviário na linha prevista com 85 km de extensão.
Após assumir o protagonismo na busca pela construção de uma ferrovia que ligue Brasília a Luziânia, a deputada distrital Liliane Roriz comemorou nesta quinta-feira, 17 de setembro, a publicação do chamamento público que autoriza estudos de viabilidade para exploração dos serviços. A parlamentar havia reunido, em agosto, governadores de Goiás e do DF, Marconi Perillo e Rodrigo Rollemberg, com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, para tratar do assunto. O trem Brasília-Luziânia será a primeira ferrovia de transporte de passageiros por meio de Parceria Público Privada (PPP).
A companhia que tiver o estudo aprovado para a construção da Ferrovia do Roncador, como é chamada a ligação Brasília-Luziânia, receberá de 2,5% do valor do investimento necessário para obra até R$ 3,3 milhões – irá prevalecer o menor valor.
A obra consiste na reestruturação de um trecho concedido à Ferrovia Centro Atlântica (FCA), interligando a Rodoferroviária de Brasília e a Rodovia GO-010, em Luziânia. A linha tem potencial para encurtar o tempo gasto pelos moradores da cidade goiana atpe até o centro da capital federal, que no horário de pico pode chegar a duas horas.
O corredor será uma das obras do Programa de Aceleração o Crescimento (PAC), que também vai financiar a modernização e a ampliação do Metrô do Distrito Federal - incluindo compra de novos trens, a extensão da rede metroviária para a Asa Norte e a instalação de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Esplanada dos Ministérios.
De acordo com a ANTT, o valor da linha ferroviária Brasília-Luziânia ainda não pode ser calculado. É necessária a conclusão do estudo de viabilidade. As empresas dispostas a realizar o estudo técnico têm até 10 de outubro para responder ao chamamento da agência reguladora.
“As tecnologias ferroviárias deverão ser apresentadas com suas especificações, vantagens e desvantagens, limitações, custos e prazos relativos ao fornecimento, instalação e manutenção, dentre outros aspectos considerados relevantes”, observa o anexo do chamamento da ANTT.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou hoje no Diário Oficial da União (DOU) o Chamamento Público. Mais de um milhão de pessoas podem ser beneficiadas com o transporte ferroviário entre as duas cidades. Para o dia 30 de outubro está prevista ainda a publicação do Chamamento Público para estudos da ferrovia que vai ligar Brasília a Goiânia.
“Sempre acreditei no projeto. A ferrovia é a saída para amenizar o problema das nossas vias. Hoje uma viagem de Brasília a Luziânia pode levar mais de duas horas, dependendo do horário. Estudos mostram que 15% dos trabalhadores do DF são do Entorno. Não era mais possível fechar os olhos para esse tipo de transporte público que já funciona há anos em todo o mundo”, afirmou Liliane.
O projeto para ligar Brasília a Luziânia por meio de uma ferrovia foi idealizado pelo ex-governador Joaquim Roriz que chegou a apresentar o projeto ao governador Perillo. “Esse trem representa uma nova política pública de transporte ferroviário no país e beneficia muito os moradores da região do Entorno, que sofrem muito com o transporte público existente. Tomei esse projeto como questão de honra”, ressalta a distrital.
Liliane foi a grande responsável por buscar o entendimento entre os governos do DF e de Goiás com o governo federal para tirar o projeto de Roriz do papel. “Porém, não adiantaria nada, em meio a um país em crise, acreditar que essa obra seria realizada com dinheiro público. Então, apresentei o projeto para dezenas de empresas internacionais, inclusive estatais, para que elas entendessem a importância do projeto e a ferrovia fosse feita por meio de uma PPP”, explica a deputada.
De acordo com o Edital, à disposição dos interessados, a ferrovia terá 76 km e 14 estações entre Luziânia e a Rodoferroviária (DF). Moradores de Cidade Ocidental, Novo Gama, Santa Maria, Valparaíso, Jardim Ingá, Gama, Céu Azul, entre outras, serão beneficiados.
O projeto prevê duas linhas, sendo que a que existe será reaproveitada. A segunda será construída a partir do momento que a primeira entrar em operação.
Fonte: Redação.