O site Antagonista vem denunciando, desde a semana passada, os amigos políticos do empresário Luiz Bittencourt, ligado à Organização Social (OS) Umanizzare e outras empresas que terceirizam serviços no sistema penitenciário brasileiro
As empresas RH Multi e Serval Serviços de Segurança entregaram R$ 280 mil a Lins, 40% do dinheiro que o parlamentar declarou à Justiça Eleitoral em 2014. Do time 'Umanizzare' fazem parte, segundo o site, os governadores Marconi Perillo (Goiás), José Melo (Amazonas) e a senadora Vanessa Grazziotin.
Desde o massacre com a morte de dezenas de presos em Manaus (AM) no início de janeiro, a imprensa nacional passou a buscar informações sobre a Umanizzare, responsável pela gestão do presídio em que mais de 60 presos foram mortos. A OS que atua no Amazonas nasceu em Goiás em um conglomerado de empresas liderado pelo grupo Coral e com ligação amistosa com o governador Marconi Perillo (PSDB). Juntas, Coral e Umanizzare doaram R$ 3 milhões à campanha do tucano.
Grande defensor do repasse de serviços públicos para OS, Marconi tinha como objetivo privatizar todos os presídios em Goiás. Durante anos, parte da gestão já cabia ao grupo Coral, que hoje tem passivo de R$ 200 milhões. A Umanizzare é uma empresa que dá lucro e faturou só no ano passado mais de R$ 600 milhões no Amazonas. O projeto de terceirização da gestão das cadeias em Goiás foi paralisado após Marconi ser surpreendido pela tragédia humana em Manaus.
As informações que vieram à tona até aqui são graves. O governador Marconi transformou-se em grande apoiador das OS, defendendo a implantação delas em Goiás e em outros Estados. Não por outro motivo, foi financiado por elas em 2010 e 2014, quando disputou e eleito e reeleito governador e recebeu no total R$ 3 milhões. Só agora, com os fatos vindo à toa, recuou na terceirização e fala até em "federalizar" presídios.