Estratégias não hormonais são promissoras: inibem a fertilidade masculina sem mexer com os níveis de hormônios sexuais
Por Ana Cunha
Foto: Marcos Santos
O desenvolvimento de um método anticoncepcional masculino traz grandes expectativas. Cientistas dos EUA apresentaram recentemente resultados do estudo de um contraceptivo masculino não hormonal capaz de prevenir a gravidez em camundongos. Os estudos provaram 99% de eficácia.
Para Erick Silva, professor assistente-doutor do departamento de biofísica e farmacologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), diferente das estratégias hormonais, estratégias não hormonais são promissoras: elas inibem a fertilidade masculina sem mexer com os níveis de hormônios sexuais. Mas esses estudos ainda estão em estágio de pré-clínica (estudo em animais, em células em vidro). Nenhum deles chegou em fase clínica, podendo demorar para saber como será o efeito no corpo do ser humano. "Essas preparações podem atuar de diferentes formas, pode ser inibindo a produção de espermatozoide ou pode ser inibindo o processo de maturação de quando ele sai do testículo", explica.
No Brasil e em outros países existem estudos em andamento, tanto para o anticoncepcional masculino hormonal quanto para os não hormonais. Há mais de 35 anos são feitas pesquisas clínicas, muitas em estágios avançados (testados em seres humanos) para o anticoncepcional masculino a base de hormônios. A questão é que foram identificados efeitos colaterais em voluntários e alguns estudos foram interrompidos por diversas vezes.
Nas pesquisas iniciais, as aplicações injetáveis tornavam o processo doloroso. Mas recentemente esse método vem sendo aperfeiçoado. Surgiu a opção de ser em forma de pílula ou em gel, o que aumenta as expectativas dos pesquisadores. Além dos problemas nas aplicações, o método contraceptivo masculino hormonal é diferente do feminino. O homem produz continuamente espermatozóides, além de ter um duto – o epidídimo – onde eles ficam armazenados para maturação. O anticoncepcional funcionaria primeiramente inibindo a produção contínua, e só depois afetariam as reservas espermáticas, o que demoraria de três a quatro meses para que o efeito seja considerado seguro.
Para a doutora Alessandra Machado, ginecologista há 17 anos, o desenvolvimento de um método contraceptivo masculino ajudaria muito, pois mesmo havendo um uso amplo de preservativos, acaba que na maioria das vezes são as mulheres que tomam essa responsabilidade para si. Mas para Alessandra, há uma possibilidade do método ter pouca aderência. "Eu tenho minhas dúvidas se isso vai realmente pegar, se os homens irão aderir a esses tratamentos ou se eles irão confiar. Talvez será necessário a mudança de paradigma para as pessoas se acostumarem com essa nova forma de pensar de agir, vai ter que ter uma mudança de cultura".
Milene Costa vê que os homens têm chances de engravidar mais mulheres, por conta da sua produção diária de espermatozóides, já a mulher só teria a possibilidade de engravidar uma vez por mês. "Essa preocupação de não gerar um filho deve ser do homem também". Victor Rocha concorda e acredita que essa responsabilidade deve ser compartilhada pelas duas pessoas da relação. "Eu seria adepto desse método contraceptivo".
O desenvolvimento de um método anticoncepcional masculino traz grandes expectativas. Cientistas dos EUA apresentaram recentemente resultados do estudo de um contraceptivo masculino não hormonal capaz de prevenir a gravidez em camundongos. Os estudos provaram 99% de eficácia.
Para Erick Silva, professor assistente-doutor do departamento de biofísica e farmacologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), diferente das estratégias hormonais, estratégias não hormonais são promissoras: elas inibem a fertilidade masculina sem mexer com os níveis de hormônios sexuais. Mas esses estudos ainda estão em estágio de pré-clínica (estudo em animais, em células em vidro). Nenhum deles chegou em fase clínica, podendo demorar para saber como será o efeito no corpo do ser humano. "Essas preparações podem atuar de diferentes formas, pode ser inibindo a produção de espermatozoide ou pode ser inibindo o processo de maturação de quando ele sai do testículo", explica.
No Brasil e em outros países existem estudos em andamento, tanto para o anticoncepcional masculino hormonal quanto para os não hormonais. Há mais de 35 anos são feitas pesquisas clínicas, muitas em estágios avançados (testados em seres humanos) para o anticoncepcional masculino a base de hormônios. A questão é que foram identificados efeitos colaterais em voluntários e alguns estudos foram interrompidos por diversas vezes.
Nas pesquisas iniciais, as aplicações injetáveis tornavam o processo doloroso. Mas recentemente esse método vem sendo aperfeiçoado. Surgiu a opção de ser em forma de pílula ou em gel, o que aumenta as expectativas dos pesquisadores. Além dos problemas nas aplicações, o método contraceptivo masculino hormonal é diferente do feminino. O homem produz continuamente espermatozóides, além de ter um duto – o epidídimo – onde eles ficam armazenados para maturação. O anticoncepcional funcionaria primeiramente inibindo a produção contínua, e só depois afetariam as reservas espermáticas, o que demoraria de três a quatro meses para que o efeito seja considerado seguro.
Para a doutora Alessandra Machado, ginecologista há 17 anos, o desenvolvimento de um método contraceptivo masculino ajudaria muito, pois mesmo havendo um uso amplo de preservativos, acaba que na maioria das vezes são as mulheres que tomam essa responsabilidade para si. Mas para Alessandra, há uma possibilidade do método ter pouca aderência. "Eu tenho minhas dúvidas se isso vai realmente pegar, se os homens irão aderir a esses tratamentos ou se eles irão confiar. Talvez será necessário a mudança de paradigma para as pessoas se acostumarem com essa nova forma de pensar de agir, vai ter que ter uma mudança de cultura".
Milene Costa vê que os homens têm chances de engravidar mais mulheres, por conta da sua produção diária de espermatozóides, já a mulher só teria a possibilidade de engravidar uma vez por mês. "Essa preocupação de não gerar um filho deve ser do homem também". Victor Rocha concorda e acredita que essa responsabilidade deve ser compartilhada pelas duas pessoas da relação. "Eu seria adepto desse método contraceptivo".
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Brasil de FÉ