Daniel Claudino, especialista em mercado imobiliário, analisa as implicações do aumento da faixa de renda contemplada pelo programa, que deve expandir seu alcance para a classe média
O Minha Casa, Minha Vida, que se destina a facilitar a aquisição de propriedades para cidadãos em maior vulnerabilidade socioeconômica, já contemplou diferentes faixas de renda, que atualmente chegam a R$8 mil. Para Daniel Claudino, especialista em mercado imobiliário, o novo teto de financiamento traz possibilidades de aquecimento para o setor: “além de abrigar um número maior de pessoas, o decreto traz enorme estímulo para construtoras e incorporadoras, que enfrentam momentos difíceis em função da alta da taxa básica de juros”.
Reformulado pelo Governo Federal há dois anos, o Minha Casa, Minha Vida acumulava quase 700 mil novos financiamentos até o final de 2024, sendo 40% deles celebrados por núcleos familiares de baixa renda - com ganhos de até R$2840.
Ainda segundo Claudino, as inovações do Ministério representam um grande avanço em termos sociais e econômicos. “Com mais unidades habitacionais construídas, há mais acessibilidade financeira a imóveis. A questão que fica no ar é por quanto tempo as medidas ficarão em vigor, por se tratar de um decreto que regulamenta uma situação transitória”, conclui.
Entendendo as mudanças
Em sua configuração atual, o programa contempla cidadãos divididos em três grupos, que variam segundo a renda mensal de cada núcleo familiar e que podem designar unidades habitacionais tanto em regiões urbanas quanto rurais - neste último caso, leva-se em conta a renda anual.
A partir de maio, com a criação da quarta faixa de benefício, ficará marcada a inclusão da classe média na iniciativa governamental. Além disso, serão modificadas as taxas de juros atreladas às prestações, que podem ir até 4,75% ao ano, conforme dados do Ministério das Cidades.